Meu bom velhinho, em 2021 não lhe escrevi uma carta. Tampouco um bilhete. Tempos difíceis onde até mesmo no seu distante mundo onírico as celebrações perderam o brilho. As luzes coloridas da alma não piscaram quando o mundo enfrentou monumentais desafios.
Imaginei você e Mamãe Noel, no sofá da sala, assistindo às notícias do Natal sem muitos abraços e encontros.
Pulei a tradição por motivos que ultrapassam as restrições da pandemia. Tempos de intensos desafios.
Um tempo também de entender com clareza que a responsabilidade de cada passo dado é exclusivamente nossa. E que atribuir aos outros as consequências de nossas escolhas é uma grande covardia.
Atravessamos um ano de polarização política, onde as pessoas ficaram mais ocupadas em defender um lado do que propor e realizar projetos. Precisamos de tempo para respirar mais fundo. Processo simples na teoria, mas desafiador na prática.
E agora chega, enfim, um novo dezembro e é tempo de escrever a nossa tradicional carta. A minha vai com pedidos e agradecimentos ao nosso setor portuário.
Eu sei, o senhor sabe, todo mundo sabe, que a carta para o Papai Noel é sinônimo de “esperança”. Vale pelo que foi escrito, mesmo na incerteza de retorno do destinatário.
Talvez a carta seja mais um desabafo do que um pedido especial para a noite de Natal.
Tudo mudou e não existe novo normal, existem milhares de superações a serem vencidas, de todas as formas e jeitos. E qual a receita para achar o equilíbrio?
Gostaria que os pedidos de muitos pudessem ser atendidos e que assim a nossa geração possa ser responsável pela transformação que sonhamos há tanto tempo.
Mudar os modelos de capacitação, criar oportunidades reais para as pessoas, investir em infraestrutura dos acessos, deixar de fazer política e olhar nosso setor como alavanca de desenvolvimento, aumentar a capacidade do porto, formar novos líderes, acabar com interesses individuais e acreditar que a liberdade para o crescimento irá catapultar nossa região para um novo patamar. Precisamos dos modelos de gestão que permitam a continuidade e que não sejam paralisados por ser parte integrante do grupo A ou B.
Precisamos entender que democracia é uma coisa e que autoridade é outra. Não podemos usar o artifício da democracia para paralisar decisões. Quem tem o poder de decidir que decida e que não tenha receio de fazê-lo porque o sistema não permite. Assim não avançamos.
Precisamos acreditar que nos próximos anos continuaremos andando para frente e que não daremos dois passos para trás.
Precisamos acreditar e perseverar.
Precisamos ter parcimônia para fazer pequenos projetos e aos poucos evoluirmos passo a passo. É bom pensar grande, mas muitas vezes gestos pequenos são mais representativos do que algo gigante. Privatizar a dragagem e não o porto inteiro, será?
Noel, queremos dispensá-lo de ler nossos pedidos, porque a deliberação dessa dispensa se deve ao fato de que hoje é dia de AGRADECER. Um verbo que se conjuga em todos os tempos e com intensidade. Pedidos? Lógico que o nosso setor tem, mas somos NÓS que temos de cuidar deles.
Para evitar expectativas e consequentes frustrações, nesse ano devemos nos dar esse presente. Olhar para o futuro com olhos que foquem na prosperidade e que possamos ajudar os portos do Brasil a navegar em mares mais calmos.
Muitos dirão que isso é a Síndrome de Poliana, onde as pessoas têm a tendência de se lembrarem mais facilmente das coisas agradáveis do que de coisas desagradáveis. Mas o universo não conspira a favor?
Para finalizar, fique tranquilo: enquanto seguimos na nossa estrada (mesmo com aumentos constantes dos pedágios) não deixaremos de cumprir nossa missão, movimentar muito mais que informação.
Que venha um ciclo de boas energias e que as luzes da prosperidade recomecem a piscar.
Um super e apertado abraço a você, duendes e Mamãe Noel!
*Maxwell Rodrigues, executivo e apresentador do Porto 360°
Fonte: A Tribuba Online | Foto: Divulgação Ilustrativa
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