Na toada dos investimentos privados, a Bahia vai receber nos próximos três anos cerca de R$ 108 bilhões por meio dos 327 empreendimentos industriais em implantação. Segundo a área técnica da Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SDE), o avanço da vacinação em 2022 gerou uma redução dos casos graves de Covid-19 e possibilitou a retomada de eventos sociais e de investimentos mais robustos.
Isso não impediu, contudo, que outros fatores influenciassem negativamente a economia estadual. A SDE aponta, ainda, a desorganização das cadeias globais de suprimento, provocada pela política chinesa no combate à pandemia, e a guerra russo-ucraniana que continuaram a impactar os preços globais. “Estes fatores, somados ao acirramento da disputa econômica e geopolítica entre China e Estados Unidos, trouxeram maior incerteza, redução do investimento produtivo e um quadro recessivo, sobretudo na Europa”, destaca a área técnica da secretaria.
Apesar do cenário negativo, a Bahia continuou atraindo investimentos na indústria, tanto em novas plantas, quanto em ampliação, modernização e manutenção do parque fabril já existente.
Os 10+ dos investimentos privados para a Bahia
Indústria química
– Unipar, líder na produção de cloro e soda, anunciou investimentos de R$ 140 milhões na fábrica de Camaçari;
– Acelen prevê investimento de R$ 1,1 bilhão em modernização;
– Braskem divulgou investimento de R$ 1 bilhão em operação na Bahia;
– BASF confirmou o investimento de R$ 350 milhões em sua unidade de Camaçari para reduzir em 25%, até 2030, suas emissões de carbono, zerando-as até 2050;
– Orbi Química investiu R$ 15 milhões para implantar da sua primeira fábrica do Nordeste, no município de Camaçari;
– Brasceras Indústria e Comércio divulgou o investimento de R$ 20 milhões na ampliação e modernização de sua fábrica em Madre de Deus.
Indústria Calçadista
– Arezzo & Co investiu R$ 35 milhões em uma unidade em Alagoinhas, expandindo sua produção no Estado. No médio prazo, a projeção é de até mil postos de trabalho na cidade;
Mineração
– Bamin, empresa responsável pela exploração de ferro em Caetité e pelas obras da FIOL e do Porto Sul, em Ilhéus, anunciou investimento de R$20 bilhões durante os próximos quatro anos.
– Eurasian Resources Group divulgou a ampliação de suas metas para produção de minério de ferro na Bahia, de 18 milhões de toneladas para 26 milhões de toneladas por ano até 2026.
– South Star obteve licença para construção da Mina de Santa Cruz no município de Itabela. O projeto prevê exploração de grafite, com investimento de R$ 8 milhões.
Indústria automobilística
– BYD anunciou investimento de R$ 3 bilhões na construção de três fábricas na Bahia, as unidades irão produzir chassis de veículos elétricos e híbridos, além de processar lítio e ferro fosfato.
Energias Renováveis
– Unigel anunciou que o Nordeste, precisamente a Bahia, sediará primeira fábrica de Hidrogênio Verde do Brasil, que deverá entrar em operação até o fim de 2023 no Polo de Camaçari. Com investimento inicial de US$ 120 milhões, a fábrica terá capacidade de produção de 10 mil toneladas/ano de hidrogênio, que serão convertidas, nesse primeiro momento, em 60 mil toneladas/ano de amônia verde.
– As empresas Impacto Energia e Impacto Bioenergia confirmaram a implantação da primeira biorrefinaria à base de milho da Bahia, na região Oeste. A planta terá capacidade para processar 1,7 mil toneladas de milho por dia e produzir 260 milhões de litros de etanol anidro por ano. Além disso, vai recuperar 9 mil toneladas de óleo de milho e 185 mil toneladas de resíduos destinados à preparação de ração animal.
Desenvolvimento de novas fontes de energia renovável
A Bahia segue líder nacional na geração de energia eólica, com 35% da produção brasileira. O estado também continua líder na geração de energia solar, com quase 30 % da oferta brasileira. Nos segmentos de biomassa, A Bahia já conta com empresas produtoras de álcool de cana-de-açúcar e biodiesel. Mas, ainda no campo das energias renováveis, duas novas frentes se abrem e merecem destaque. No Oeste baiano, a produção de álcool a partir do milho; no Polo Industrial de Camaçari, a produção de hidrogênio e amônia verdes.
Expansão da mineração e da minero-indústria
Em 2021, a Bahia foi o terceiro mais importante estado produtor mineral do país, em volume de faturamento, com um valor de R$ 9,5 bilhões de receita. Esta posição se manteve no primeiro semestre de 2022, com o faturamento da mineração baiana crescendo 26% em relação ao mesmo período de 2021 e atingindo R$ 5,2 bilhões. O setor exportou, em 2021, um valor de 1,3 bilhão de dólares, principalmente sob a forma de ouro, cobre, níquel, vanádio e ferro.
O estado conta ainda com uma significativa indústria de beneficiamento e transformação de minerais metálicos, minerais não metálicos e produtos químicos que utilizam insumos de origem mineral. O complexo minero-industrial baiano respondeu por 5,3% do Valor da Transformação Industrial baiana, em 2019, e assegurou quase 34 mil empregos diretos e 122 mil postos de trabalho indiretos.
Para o período 2022-2026, 11 municípios baianos contam com grandes projetos de investimento na minero-indústria. A Bahia soma 5,9 bilhões de dólares em investimentos previstos, a maior parte destinados à produção de ferro, mas também voltados para o incremento da produção de ouro, cobre, níquel, cromo, magnesita, titânio e vanádio.
Exploração privada do petróleo e gás em terra
Quase 20 empresas privadas adquiriram campos maduros, produtores de petróleo e gás, abandonados pela Petrobras nos polos do Recôncavo e Tucano Sul, vale dizer, nos municípios de Pojuca, Catu, São Sebastião do Passé, Candeias, São Francisco do Conde, Ouriçangas, Alagoinhas, Araçás, Entre Rios, Esplanada, Mata de São João e Camaçari. A continuidade da exploração onshore de óleo e gás na Bahia permitiu a geração de 3,8 mil empregos diretos e indução de mais de 50 mil empregos indiretos, parte dos quais na Bahia.
Além disso, permitiu que o estado arrecadasse R$ 217 milhões em royalties de petróleo em 2021, com os municípios baianos beneficiados recebendo R$ 529 milhões de compensação pela atividade de petróleo.
Retorno da produção de veículos no estado
A possibilidade da empresa chinesa BYD vir a produzir chassis de ônibus e caminhões elétricos e veículos de passeio, em Camaçari e ainda garante a criação de 1,2 mil empregos diretos. Além disso, permite a manutenção ou atração de empresas fornecedoras de autopeças.
Balanço de 2022
De acordo com a área técnica da Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SDE), de janeiro a outubro de 2022, a produção física da indústria baiana acumulou crescimento de 4,2%. Os setores que se destacaram positivamente foram Informática (+81,5%), Coque (combustível mineral), Produtos Derivados de Petróleo e Biocombustíveis (30,2%) e Minerais não Metálicos (5,3%).
No mercado de trabalho da indústria baiana, o saldo de empregos criados foi positivo entre janeiro e outubro (+49.972 postos). Os principais setores em destaque foram Produtos Alimentícios (+201), Calçados e Couro (+191) e Fabricação de Máquinas, Aparelhos e Materiais Elétricos (+117)
No acumulado de janeiro a outubro de 2022, as exportações baianas somaram US$ 11,7 bilhões, com alta de 41,32% sobre o mesmo período do ano anterior, influenciadas, principalmente, pelo aumento de 20,16% no volume exportado.
O principal mercado para as exportações industriais da Bahia continuou sendo a China, com valor 24,2% do valor exportado no acumulado de janeiro a outubro de 2022, seguido por Singapura (14,6%) e EUA (8,1%). Os principais produtos exportados no mesmo período foram Petróleo e Derivados (27,6%), Soja e Derivados (25,0%) e Químicos e Petroquímicos (11,0%).
Fonte: Clipping | Foto: Divulgação
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