Ao contabilizar saldo positivo de US$ 61,8 bilhões em 2022, a balança comercial brasileira superou em 0,65% o superávit registrado em 2021, de US$ 61,4 bilhões. Já o valor global das exportações teve expansão bem mais ampla, de 19,1%, enquanto o valor importado subiu 24,3%, levando em conta o mesmo comparativo anual, informou, nessa segunda-feira (16), o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV).
Entre os fatores que mais contribuíram para o resultado no ano passado, a Fundação destaca os superávits obtidos nos dois últimos meses de 2022, mediante uma performance ‘surpreendente’ das exportações, decorrente do aquecimento de demanda por parte da China, em especial, vindo do setor agropecuário, enquanto houve queda no setor extrativo e aprofundamento do déficit da indústria de transformação.
No que se refere ao crescimento, em valores, das exportações, este decorreu, sobretudo, da variação dos preços, que avançou 13,7% nas exportações e 21% nas importações em 2022, ante o ano anterior. Em volume, as altas foram de 4,4% e 2,7% para a exportação e importação, respectivamente.
Ao mesmo tempo, houve estabilidade na participação (68%) das commodities (mercadorias) exportadas no valor total, levando em conta o comparativo anual, mas aumento de 13,9% dos preços e de 4,4% do volume. Já as não commodities subiram 13,5% em valor e 4,7% no volume.
Em nota, o Ibre-FGV avaliou que “as restrições da oferta agrícola associadas à guerra na Ucrânia e questões climáticas elevaram os preços agrícolas, pois o aumento no volume exportado foi 2,6% menor do que o da indústria de transformação. Na extrativa, preços e volume das exportações recuaram com o desempenho do minério de ferro desfavorável. O déficit na indústria de transformação é recorrente na balança comercial do Brasil desde 2009”.
No que toca às perspectivas para 2023, o Ibre projeta um menor crescimento da economia mundial, em que o PIB nacional deve avançar num patamar inferior a 1%, com redução, tanto para as exportações, quanto para as importações.
Apesar do cenário externo pré-recessivo, a instituição entende que a economia global pode ser beneficiada pela política de covid-zero adotada pela China (visando a reabertura de sua economia), cuja previsão de crescimento deve ficar em torno de 5% este ano. Crescimento pífio também deverá ocorrer em 2023 na Europa , afetada pela crise energética.
Para o Ibre/FGV, “o preço do petróleo irá continuar sendo afetado pelas questões geopolíticas e a recuperação das exportações da extrativa depende também da recuperação das vendas de minério de ferro para a China. No caso das manufaturas, a crise da Argentina não favorece o aumento das exportações de maior valor adicionado do setor automotivo. Numa primeira leitura, o saldo comercial de 2023 deverá ser menor que o de 2022”.
Fonte:Capitallist | Foto: Divulgação
INFORMATIVO
Comentários
Nossa política de comentários
Este espaço visa ampliar o debate sobre os assuntos abordados nas notícias divulgadas, de forma democrática e respeitosamente. Não são aceitos comentários anônimos nem que firam leis e princípios éticos e morais ou que promovam atividades ilícitas ou criminosas. Assim, comentários caluniosos, difamatórios, preconceituosos, ofensivos, agressivos, que usam palavras de baixo calão, incitam a violência, exprimam discurso de ódio ou contenham links são sumariamente desconsiderados.
Deixe seu comentário: