O termo “prêmio” ou “basis” é amplamente utilizado em mercados de commodities que possuem uma bolsa de referência. As principais bolsas para commodities agrícolas são a Chicago Board of Trade (CBOT), que é referência para o mercado de grãos, e a Intercontinental Exchange (ICE) de Nova Iorque, que referencia os mercados de açúcar, café, algodão e cacau. No Brasil, a B3 também pode servir de referência, e atualmente é mais utilizada pelos mercados de milho e boi gordo.
O prêmio nada mais é do que a diferença entre o preço físico praticado em determinada praça e o preço na bolsa. Desta forma, o prêmio pode ser negativo com a cotação na bolsa de referência sendo mais elevada do que na praça. Logo, o prêmio é um termômetro tanto das cotações na praça quanto das cotações nas principais bolsas globais, e também é influenciado pelo movimento cambial. Tudo isso afeta a rentabilidade do produtor brasileiro que se posiciona em mercados futuros.
O prêmio no porto é utilizado como uma base pois é necessariamente onde o produto precisa chegar para ser exportado. Logo, para o produtor saber seu basis ele precisa descontar o frete de sua região até determinado porto, além de outros custos portuários e de fobização. Após estes descontos, diz-se que há o “prêmio no interior”. O principal fator que afeta os níveis de prêmios entre os portos é o grau de demanda logística, tanto para utilização dos terminais portuários quanto para utilização de meios de transporte, que atinge picos em época de colheita de safra. Ou seja, o fato da demanda logística ser mais intensa durante a colheita confere certa sazonalidade tanto ao prêmio no porto quanto ao prêmio no interior (dado que a chegada de nova oferta na praça reduz a cotação regional).
Não é possível avaliar um prêmio como bom ou ruim. É possível verificar se em determinado período do tempo ele está acima ou abaixo da média histórica e de anos anteriores. É a mesma ideia utilizada para preço, não existe preço bom ou ruim, apenas um preço mais elevado ou mais reduzido em comparação com determinado período anterior.
Colocando um exemplo, em 2018, a guerra comercial entre EUA e China deprimiu as cotações da soja na CBOT ao mesmo tempo que aumentou a demanda chinesa por exportações do Brasil, o que elevou o preço da oleaginosa em praças e portos brasileiros. Ao mesmo tempo, o cenário de elevação dos juros nos EUA e a incerteza política no Brasil causou forte desvalorização cambial. A combinação destes fatores resultou em um considerável aumento dos prêmios da soja, que se situaram em patamares muito acima das médias históricas. Abaixo está um gráfico histórico do prêmio de soja em Paranaguá, que ilustra a situação e que é periodicamente publicado pela Inteligência de Mercado:.
Em conclusão, o prêmio é um assunto bastante complexo e que é influenciado por diversos fatores distintos (O&D, logística, cenário macro e cambial, etc), tanto globais quanto regionais. Para melhor entender a flutuação desta importante variável das commodities, assine nossos relatórios e receba sempre a melhor informação de mercado!
Fonte: Mercados Agriculas Press Reliase/Clipping | Foto: Divulgação / Créditos: Fertilizer Shutterstock
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