Duas das maiores companhias de transporte marítimo do mundo disseram hoje que vão encerrar em 2025 seu acordo de compartilhamento de navios.
O acordo entre a Maersk e a MSC foi assinado em 2015 e envolve o uso de slots de navios das duas empresas em algumas rotas.
Na opinião do Bradesco BBI, a notícia é um vento a favor para a Santos Brasil, que opera três terminais portuários, o maior deles no Porto de Santos.
Hoje, o mercado de transporte marítimo é formado por nove empresas, que estão divididas em três alianças estratégicas: a 2M (da Maersk e MSC); a Ocean Alliance (da Cosco, CMA CGM, Evergreen e OOCL); e a THE Alliance (da Hapag-Lloyd, ONE, HMM e Yang Ming).
O Bradesco nota que a disrupção nas cadeias globais de abastecimento causada pela pandemia mudou a dinâmica do mercado de transporte marítimo.
Basicamente, as empresas de transporte marítimo passaram a dar mais prioridade para planejar jornadas mais ágeis, como forma de fornecer uma cadeia de suprimentos mais flexível, em vez de ter um número grande de rotas frequentes.
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“Na nossa visão, essa tendência deve impactar a indústria como um todo e promover uma desconsolidação do setor de transporte marítimo,” escreveram os analistas Victor Mizusaki, Andre Ferreira e Pedro Fontana.
“Para a Santos Brasil, essa tendência pode ser positiva, porque pode ajudar a aumentar seu poder de barganha já que ela faria as negociações dos contratos de forma individual, caso a caso.”
Por outro lado, o banco diz que o fim do acordo entre as duas empresas pode abrir oportunidade para a Maersk vender sua participação no terminal de contêineres BTP, uma joint venture dela com a MSC que também opera no Porto de Santos.
Com isso, ela poderia ‘bidar’ sozinha no leilão do terminal STS10, que será um outro terminal de contêineres no Porto de Santos, e potencialmente uma concorrência para a Santos Brasil.
Outra consequência do evento de hoje, na visão do Bradesco, seria a Maersk tentar comprar a Santos Brasil ou seu terminal no Porto de Santos.
Esse cenário, no entanto, tem uma probabilidade menor de acontecer dado que a Santos Brasil negocia hoje a um EV/capacidade de R$ 2,3 mil/TEU, um valor 77% superior ao custo de reposição estimado para o terminal STS10.
“A Maersk poderia tentar comprar a Santos Brasil se as ofertas para o STS10 ultrapassarem um pagamento pela concessão de R$ 2,4 bilhões,” escrevem os analistas.
Fonte: Brazil Journal | Foto: Divulgação
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