Na última terça-feira (21), teve início mais uma etapa para o futuro do transporte de cargas na região de Porto Murtinho, a 431 quilômetros de Campo Grande, com o início dos estudos para a concessão do Terminal Portuário. Em uma reunião virtual com o consórcio Tauil e Chequer e Bureau de Engenharia, a equipe técnica do EPE (Escritório de Parcerias Estratégicas) do Governo do Estado deu os primeiros passos para viabilizar o empreendimento que promete transformar a logística hidroviária na região.
O projeto visa a concessão de um TUP (Terminal Portuário de Uso Privado), direcionado para instalação, adequação de capacidade, reabilitação, operação, manutenção e conservação em Porto Murtinho. O funcionamento do terminal está condicionado à obtenção de licença de operação pela Antaq (Agência Nacional de Transportes Aquaviários) para efetuar a navegação no Rio Paraguai, uma vez que a regulação é de competência federal.
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Os resultados dos estudos, a cargo do consórcio Tauil e Chequer e Bureau de Engenharia, deverão ser entregues no prazo de 90 dias para análise, revisão e aprovação da equipe técnica do Estado. Após essa fase, terá início o processo licitatório, incluindo fases de interação com a sociedade civil, como consultas e audiências públicas.
"A concessão irá valorizar o ativo estatal e potencializar o transporte de cargas na região. Diversificar o modal logístico estadual, ampliar a infraestrutura hidroviária, atrair mais investimentos privados e projetar o Estado nacionalmente", avaliou a secretária especial do EPE, Eliane Detoni.
A região de Porto Murtinho se destaca pela sua localização privilegiada ao longo da hidrovia Paraguai-Paraná, um dos trechos mais extensos e importantes da navegação interior internacional. Com 3.442 km navegáveis, sendo 1.720 km em terras brasileiras, a hidrovia atravessa cinco países: Brasil, Bolívia, Paraguai, Argentina e Uruguai.
Mato Grosso do Sul está consolidado no setor sucroenergético, composto por 19 usinas em operação. Além dos biocombustíveis, o Estado tem um elevado transporte de soja e outras cargas diversificadas, como fertilizantes líquidos, grãos, derivados de milho, açúcar e contêineres.
Apesar do potencial, antes da pandemia, o Brasil utilizava apenas 10% da capacidade de transporte da hidrovia Paraguai-Paraná. Um estudo da UFPR (Universidade Federal do Paraná) revelou que otimizar a utilização da hidrovia pode gerar uma redução de 25% nos custos logísticos por rodovias.
O transporte de cargas pela Hidrovia Paraguai-Paraná apresenta um crescimento, com 5,2 milhões de toneladas de mercadorias escoadas, representando um aumento de 60,88%. No segundo trimestre de 2023, foram transportadas 2,8 milhões de toneladas, um avanço de 51,10% em relação a 2022. Esses números refletem o crescimento dos volumes de soja transportados pela hidrovia, segundo boletim da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) em setembro de 2023.
Fonte: Press Reliase/Clipping | Foto: Divulgação / Créditos: Hidrovia em Porto Murtinho que poderá ser privatizada após os estudos (Foto: Divulgação/Governo MS)
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