O futuro do navio Srakane, de bandeira do Panamá, continua indefinido. A embarcação, presente desde outubro de 2020 na Baixada Santista, está atracada nas adjacências do estaleiro Wilson Sons, na Margem Esquerda do Canal do Porto de Santos, em Guarujá, em um terreno originalmente de propriedade da Cooperativa Mista de Pesca Nipo Brasileira.
Segundo a Capitania dos Portos de São Paulo (CPSP), encontram-se em andamento tratativas entre a proprietária do navio, a Vintage Trading SRO, empresa com sede na Eslováquia e representada legalmente no Brasil pelo escritório de advogados Varea & Dionísio, e a companhia Thurf Comercial, interessada na aquisição do casco.
Em razão disso, diz a CPSP, os representantes realizam ações de manutenção e vigilância da embarcação, a fim de justamente evitar maior degradação das condições do casco. Porém, A Tribuna chegou bem perto do navio, por mar, e viu uma embarcação em péssimo estado, degradada e tombada.
A Marinha garante que todos os passos estão sendo acompanhados pelos órgãos oficiais
Em 2021, o Srakane apareceu com destaque na imprensa pelas dificuldades enfrentadas pelos tripulantes, que chegaram a ficar sem água, alimentos e combustível e conseguiram ser repatriados para seus locais de origem. Em maio de 2021, o navio tinha uma dívida, por conta dos salários atrasados dos tripulantes, que superava a marca de US$ 111 mil, o equivalente a R$ 602 mil, na cotação da época.
O retorno ao noticiário aconteceu no último dia 22 devido a um simulado de combate a incêndio em navio, feito pelo Corpo de Bombeiros e que durou duas horas e meia. Todas as autoridades competentes foram avisadas do exercício, segundo os bombeiros, e a atividade não alterou a rotina do Porto de Santos.
O fogo, no entanto, assustou muita gente, que achou ser uma ocorrência real. “Não há impedimento normativo emitido pela CPSP que proíba a realização de exercícios ou simulações a bordo de navios, cabendo a seus proprietários ou representantes legais a observância dos regulamentos afetos a cada tipo de atividade”, afirma a Capitania. Sem condições a embarcação não se encontra em condições de navegabilidade por questões estruturais e deficiências de maquinário, além de não possuir tripulação, atesta a CPSP. “Ressalta-se que desde sua chegada ao Porto de Santos, em 2020, o navio havia sido rebocado em virtude de um contrato de manutenção firmado com o estaleiro, visando sanar discrepâncias apontadas pela Marinha do Brasil, após ser submetido à inspeção pela Delegacia da Capitania dos Portos de São Sebastião”, justifica.
Como nada foi resolvido, diante da inexistência de contrato vigente de manutenção, além da repatriação da tripulação, que configurou o abandono do navio, tem-se, no olhar da Capitania, “um navio fora de operação com graves problemas de estanqueidade e estabilidade, preocupando, assim, este agente da Autoridade Marítima e as demais autoridades do Porto de Santos, pelos riscos apresentados à segurança da navegação”.
A Reportagem procurou os representantes legais do Srakane no Brasil para falar sobre o navio, mas eles não foram encontrados. Contaminação? A Capitania dos Portos de São Paulo (CPSP) também informou que não é de conhecimento dela a existência de qualquer tipo de carga a bordo. Já a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) respondeu que, atualmente, o navio se encontra adernado, ou seja, inclinado, com um dos lados submerso, o que impossibilita a realização de ações sanitárias e, portanto, o conhecimento sobre seu conteúdo. Pela mesma justificativa, o órgão também diz não ser possível estimar se há algum risco de contaminação.
Fonte: Jornal A Tribuna | Foto (Créditos): Alexsander Ferraz/ AT
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