Apesar da minha relação com o porto ter começado cedo, não tive a oportunidade de estudar Direito Marítimo e Portuário na Universidade, e por isso, quando me tornei bacharel, e posteriormente passei no Exame da Ordem dos Advogados, acabei ingressando nas áreas que já conhecia, até começar a atuar na advocacia ambiental. Em 2014, ingressei no Mestrado em Direito Ambiental. Lá, por influência dos meus Professores tive o primeiro contato com as matérias de Direito Marítimo e Portuário.
Em 2016, passei a atuar como consultora e vieram os primeiros trabalhos voltados ao setor de infraestrutura. Em 2017, já Mestre em Direito Ambiental, fui convidada, como Professora, a assumir a cadeira de Direito Marítimo e Portuário da Universidade Santa Cecília, em Santos – SP, uma das poucas que possui a matéria como obrigatória no país. Já no início de 2019 por meio da formação em auditoria CONAMA 306/2002 também me tornei auditora ambiental portuária. Com o curso tive as primeiras experiências nas áreas de operação no porto e me apaixonei.
Em paralelo, comecei a me especializar na advocacia para o segmento Marítimo e Portuário, nunca tendo deixado de lado o Direito Ambiental. Em 2021 fui convidada pelo então Presidente da Fundação CENEP e pela Direção da UNISANTA para assumir a coordenação da Fundação, a única do país pública a atuar no segmento do ensino profissional marítimo e portuário. Aceitei e me tornei a primeira mulher a assumir o posto.
Foram inúmeros aprendizados junto aos operadores e aos trabalhadores avulsos e vinculados. Uma das minhas maiores alegrias, dentre tantas com a equipe maravilhosa que me acolheu, foi organizar e acompanhar o treinamento do primeiro processo seletivo da turma de consertadores de carga do OGMO Santos que contou com a 1ª. mulher consertadora de carga do Porto de Santos. Ao longo do tempo como Professora universitária, também é evidente ver, ao longo dos anos, uma maior presença de ex-alunas que hoje são colegas e atuam no segmento. E isso é extremamente gratificante.
Posso dizer sim que passei sim por diversos desafios e provações que me forjaram como profissional e mulher no setor portuário. Existem pessoas que tentam nos desmotivar, homens (e mulheres) que nos desrespeitam e tentam nos invalidar por sermos mulheres, ou mais jovens, como já aconteceu.
Mas, também afirmo que o setor me proporcionou amizades que carrego até hoje, de homens e mulheres que me ensinam diariamente. E sim, a questão do assédio deve ser enfrentada com campanhas e a conscientização dentro das empresas e até dentro das famílias de portuários.
Maria Cristina Gontijo - Partner at Lawand Gontijo Advogados | Ports Environmental Auditor | ESG | Master in Environmental Law | Law Professor - Siga-me no Linkedin
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