Do total de profissionais brasileiros que atuam no comércio exterior, 58% são mulheres; entretanto, só 13% delas são donas dos seus negócios. Os dados são de pesquisa do Hub Mulheres do Comex - comunidade para estudos, negócios, apoio técnico e networking de profissionais do sexo feminino que atuam no segmento -, criado pela empreendedora Monnike Garcia, CEO da Labcomex e consultora de Igualdade de Gênero e Inclusão Social no Comércio, em projetos com organismos internacionais.
O Hub é coorganizador do Encontro Nacional de Mulheres no Comércio Exterior (Emex) juntamente com a Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB). A 3ª edição do evento será realizada no próximo dia 22 de março, pela primeira vez em formato presencial, no Centro do Rio de Janeiro, com transmissão simultânea pelo YouTube.
Pesquisa do Banco Mundial mostra que só 20% das empresas brasileiras que exportam são de propriedade de mulheres. A questão virou tema do Emex desse ano: Mulheres, de empreendedoras a exportadoras. "Elas são maioria, mas estão ainda na base da pirâmide", atesta Monnike.
A seguir, veja a opinião de Monnike Garcia.
Quais dificuldades enfrentam as mulheres que resolvem atuar no comércio exterior?
Primeiro, temos as questões culturais: o Brasil não é um país exportador, somente cerca de 1% das empresas abertas participam do comércio exterior; e o desafio de conciliar o trabalho com as responsabilidades com a casa e a família, o que reduz o tempo para se dedicar aos negócios e, consequentemente, à exportação. Por isso, a importância da rede de apoio. E além desses, a mulher tem outros obstáculos que podem e devem ser combatidos com capacitação, como por exemplo, negociação, requisitos aduaneiros para exportar e idiomas estrangeiros.
O 3º Emex escolheu como tema De empreendedora à exportadora. Negócios liderados por mulheres têm mais dificuldades para inserir sua marca na pauta global? Por quê?
Além dos pontos citados acima, percebo que as empreendedoras não acreditam que são capazes de fazer negócios com outros países, especialmente as pequenas e médias empresárias. Elas acham que só as grandes empresas estão aptas ao comércio internacional, e isso definitivamente não é verdade! Há inúmeras oportunidades de crescimento para os pequenos empreendimentos que passam pela importação e exportação. Precisamos inserir as mulheres nessa jornada, levar conteúdo de qualidade para que possam aplicar em suas vidas e negócios.
Em relação à capacitação, como estão as profissionais (sejam empreendedoras ou funcionárias) de comex no Brasil, comparando com os homens?
As mulheres estudam mais, está comprovado em pesquisas, desde questões de hard skills - como logística, técnicas de negociação, legislação aduaneira e inglês – a soft skills – liderança, relacionamento interpessoal, resolução de conflitos, comunicação. Isso é um raio X das profissionais de Comex no Brasil.
Qual a importância de eventos como o Emex na realidade da mulher no mercado?
Dar espaço às mulheres é essencial para que possamos mostrar que é possível ter sucesso no comércio exterior. O Emex apresenta mulheres de destaque no segmento que compartilham suas experiências, seus erros e acertos, e inspiram outras profissionais. E não só as palestrantes servem de referências, mas na plateia também há mulheres muito competentes e com histórias ricas, o networking é fundamental. Promover eventos específicos para mulheres é importante, colocando as suas demandas em pauta. E queremos também que os eventos em geral sejam cada vez mais diversos, ampliando a participação das mulheres, ao invés de só dar voz aos homens.
As inscrições para o 3º Emex são 100% gratuitas e estão disponíveis no site do Emex. Para os interessados que não puderem comparecer, haverá transmissão ao vivo pelo YouTube da AEB.
Fonte: Clipping | Fotos / Divulgação / Créditos:
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