Já é de outrora que o discurso de fazer mais com menos paira no universo do trabalho, as empresas clamando para diminuir os custos e os trabalhadores se doando cada vez mais.
Ao longo de vários anos vemos o porto de Santos somente batendo recordes e mais recordes, inovações em tecnologia da informação e na mecanização dos equipamentos deram um salto de qualidade, porém para continuarmos crescendo precisamos investir ainda mais na mão de obra que trabalha no porto a muitos anos e diga-se de passagem contribuindo também para o porto crescer, atraindo um maior quantitativo de carga.
Temos projetos que estão em andamento e outros que ainda estão por vir qual o melhor modelo de melhoria contínua de treinamento do trabalhador portuário podemos seguir?
Ainda é uma incógnita a utilização de modelos belga, holandês, espanhol, português e tantos outros modelos de sucesso no treinamento portuário que nestes países pensam no porto como case de sucesso e fazem o “Merchant” sobre um dos seus principais ativos que são seus respectivos trabalhadores e principalmente a sua boa relação entre capital e trabalho.
O fato é que ainda nāo incorporamos dentro do bojo do trabalho nos portos brasileiros o modelo social que realmente contemple o trabalhador portuário, já estamos a anos nesta mesma passada, está na hora de radicalizar e potencializar uma das ferramentas mais poderosas dos portos que é sem sombra de duvida o seu capital humano.
Já esta mais do que provado que com todas as mazelas que assolam os portos, trabalhadores tem feito mais com menos a muito tempo, digo que se estivéssemos nas condições de igualdade de treinamento com os portos estrangeiros estaríamos com profissionais a altura ou até melhores de que em outros portos do mundo afinal de contas o mesmo navio que atraca aqui no porto de Santos atraca nos outros portos ao redor do mundo.
Passamos anos sem um Centro de Treinamento adequado com as inovações necessárias para a evolução na profissão, enquanto isso foram concedidos créditos tributários para compra de equipamentos portuários novos durante anos sem investir em um centro portuário adequado e que acompanhasse os avanços das novas tecnologias embarcadas nos equipamentos.
Agora estamos vendo o processo de desestatização do porto de santos caminhando a passadas largas e contemplando somente a quem possa dar um retorno financeiro adequado ao governo, deixando amarrado a desestatização somente a construção do túnel e a construção de um centro de treinamento portuário?
Mesmo os trabalhadores não sendo contemplados com um local adequado para se aperfeiçoar na profissão ainda continuam vencendo todas as maratonas que participam.
Luiz Fabiano - Trabalhador Portuário mais de 20 anos , Instrutor no CENEP | Diretor na TecnoPorto | Pós-Graduado em Gestão Ambiental Portuária | Graduado na APEC-ANTWERP / FLANDERS PORT TRAINING
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