Muito utilizado na área de tecnologia, o nearshore, que consiste na terceirização de serviços em países estrangeiros com características comuns ao país da empresa contratante, tais como proximidade geográfica, fuso horário e cultura, tem ganhado relevância nas discussões de comércio exterior. O debate se intensificou com os desafios enfrentados pela cadeia logística durante a pandemia, quando faltaram insumos, contêineres e espaços nos navios, culminando com o aumento dos fretes, que agora retomam patamares anteriores à crise sanitária.
De acordo com Rafael Dantas, diretor de Vendas da Asia Shipping, a pandemia fez com que vários players repensassem a logística internacional e, por isso, o modelo nearshore é uma grande tendência para este ano. “A dependência exclusiva da China como o principal fornecedor provocou questionamentos e reacendeu a pauta de nearshore como forma de evitar a quebra da cadeia logística e garantir preços mais competitivos. Acredito que será uma grande oportunidade para a Índia, México e Sudeste Asiático. O Brasil também pode vir a ser um candidato a hub regional, desde que promova mudanças em infraestrutura, tributação e redução da burocracia”, afirma.
Neste contexto, a tecnologia assume um papel essencial para transformar dados em informações valiosas, que possam tanto suportar as operações nearshore quanto trazer mais fluidez e eficiência ao comércio exterior como um todo. “Não adianta ter um volume gigantesco de dados se você não souber extrair inteligência deles. Quando bem analisadas e compreendidas com apoio das soluções de Analytics e Inteligência Artificial, as informações geram insights que poderão ser convertidos em vantagem competitiva”, ressalta Dantas.
Atualmente, o maior problema na cadeia de suprimentos, segundo o executivo, é a falta de visibilidade total das informações. Por exemplo, se a carga vem da China para a América do Sul e, por alguma razão, ocorre um transbordo, que é uma parada técnica do armador, essa carga geralmente acaba mudando de navio. O problema é que muitas vezes esse novo navio não estava previsto na plataforma do armador, e isso pode causar uma série de problemas de planejamento.
Para dar mais visibilidade às informações em todas as fases do processo logístico, a Ásia Shipping está desenvolvendo uma nova solução, que será anunciada ao mercado como o objetivo de promover a integração digital e multimodal, capaz de permitir ações preditivas e preventivas. A empresa vem trabalhando com diversas interfaces de programação de aplicativos (APIs) para facilitar a integração entre os sistemas e oferecer um rastreamento multiplataforma.
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