Vice-presidente da Praticagem do Brasil destacou que estudos, tecnologias e treinamento contribuem para superar limitações portuárias, como falta de dragagem e medição de dados ambientais
A Praticagem do Brasil avalia que os investimentos em estudos, tecnologias e treinamento contribuem para superar limitações portuárias, como falta de dragagem, de sinalização náutica e de medição de dados ambientais, agregando mais segurança e permitindo que navios carreguem mais e demorem menos tempo para entrar e sair dos portos. O prático Bruno Fonseca, vice-presidente da Praticagem do Brasil, destacou, nesta terça-feira (23), que os investimentos da categoria, nos últimos anos, aumentaram as janelas de atracação e melhoraram as condições de planejamento das operações portuárias nas 20 zonas de praticagem (ZPs) no Brasil.
Fonseca citou que o Canal de Santos já recebeu navios com 350 metros de comprimento e 48m de boca e está homologado para recepção de navios com 366m de comprimento e 50m de boca. O prático ressaltou que, aplicando as regras da PIANC, o tamanho máximo de navio que poderia navegar pelo canal teria 254m de comprimento por 38m de boca. Ele destacou que todos os práticos que atuam em Santos já participaram de treinamento no modelo tripulado reduzido.
O vice-presidente da Praticagem do Brasil acrescentou que, no Arco Norte, o trabalho da categoria foi importante para o aumento calado para escoamento da soja em 40 centímetros, que representa, ao menos, 2.800 toneladas a mais de carga em um navio classe Panamax por escala. “O sistema de calado dinâmico em cinco portos e na Barra Norte calcula com mais precisão o quanto um navio pode carregar sem risco de bater no fundo, aumentando a janela de operação”, explicou Fonseca, durante o evento ‘Portos & Costas Brasil 2023’.
Ele esclareceu que o sistema de calado dinâmico não aumenta o volume que o navio pode carregar, e sim amplia a janela de operação. Segundo o prático, as janelas de atracação em Santos caíram aproximadamente 50%, representando melhora da eficiência. Um navio que demorava 12 horas para poder sair, agora demora entre 4 horas e 5 horas.
As ZPs possuem lanchas para verificar assoreamento e mudanças no canal de navegação. Fonseca também mencionou a implantação do sistema de balizamento virtual, em regiões da Amazônia onde há dificuldade de acesso para acompanhamento mais regular e alto índice de vandalismo nos equipamentos, com ocorrências de furto de baterias, painéis solares e amarras que prendem as boias.
A Praticagem do Brasil também vem encontrando avanços nos uso do ‘Portable Pilot Unit’, um equipamento portátil que auxilia a tomada de decisão do prático a bordo. A entidade firmou parceria com uma empresa e desenvolveu um ‘PPU’ 100% nacional. Fonseca acrescentou que os treinamentos em modelos tripulados reduzidos reproduzem o comportamento do navio na vida real, como em casos de falha de máquina, falha de leme e interação com outros navios.
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O prático disse que o centro de simulações da praticagem em Brasília, em parceria com a Universidade de São Paulo (USP) representou uma alternativa para realização do curso de atualização de práticos, além da proximidade para receber representantes de órgãos reguladores e autoridades como a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), Secretaria Nacional de Portos e Transportes Aquaviários (SNPTA), Ministério de Portos e Aeroportos (Mpor) e Ministério dos Transportes, facilitando avaliações sobre a viabilidade de novas manobras e de novos berços.
Fonseca contou que o Instituto Praticagem do Brasil, em Brasília, está criando um ‘Big data’ compilando e editando dados ambientais e outras informações computadas pelas zonas de praticagem que será utilizada como ferramenta para prevenção de acidentes. Maranhão, Ceará, Rio de Janeiro, São Francisco do Sul, entre outras ZPs, já possuem simuladores próprios nas sedes de praticagem. A categoria possui ainda parceria com o centro de modelos tripulados do Panamá, que dá aos práticos brasileiros a opção de realizar os treinamentos de atualização, que ocorrem a cada cinco anos, em modelo reduzido nesse país.
Fonte: Clipping | Fotos / Divulgação / Créditos:
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