A decisão da Companhia Docas do Estado da Bahia (Codeba) de levar adiante o Chamamento Público para exploração de um novo pátio de triagem e estacionamento para caminhões destinados ou provenientes do Porto Organizado de Salvador é mais uma preocupação para o setor produtivo baiano, neste início de ano.
Nos novos moldes propostos pela Codeba, os veículos precisarão se deslocar a uma área externa ao Porto antes de se dirigirem para buscar ou entregar cargas e, nesta área, realizar a validação do acesso mediante pagamento de nova tarifa.
Representantes de entidades associativistas e empresários do setor apontam para os transtornos como o aumento do custo do frete, redução do número de viagens por dia, aumento do tempo em trânsito, aumento do consumo de combustível, piora na relação porto-cidade e o custo adicional pelo serviço, sem mesmo indicar a localização, estrutura mínima ou forma de cobrança para utilização privada do equipamento e criação de nova tarifa para os usuários.
“A Autarquia Portuária, sem diálogo com o setor produtivo da Bahia, convocou os vencedores para assinatura de contrato para exploração de pátio de triagem e estacionamento para caminhões. Os exportadores e importadores de cargas, geradores de receitas para o Estado, já pagam taxas para a Codeba e esta nova cobrança será mais uma despesa para o uso do porto”, aponta o presidente da Associação Comercial da Bahia (ACB), Mário Dantas.
O Coordenador da Câmara de Comércio e Cooperação Internacional da ACB (Comex/ACB), Wilson Andrade, revela que em dezembro do ano passado expressou preocupação com o assunto, em ofício encaminhado à Codeba.
“Entendemos que é imprescindível a prorrogação ou a retirada do Edital de Chamamento Público para que o assunto possa ser amplamente discutido, e que as entidades do setor tenham oportunidade de contribuir com soluções que funcionem, todavia sem onerar ainda mais as empresas com custo adicionais de fretes, deslocamentos desnecessários e perda de tempo e eficiência”, avalia Andrade.
Diretor executivo do Tecon Salvador/Wilson Sons, Demir Lourenço acrescenta que o grande problema do modelo proposto pela Codeba não é nem a criação do pátio de triagem remoto, fora do Porto de Salvador, mas, principalmente, o fato de criar uma compulsoriedade de utilização da estrutura por todos os caminhões com destino ao Porto.
“Tal fato é uma arbitrariedade, totalmente desnecessário, impondo aos exportadores e importadores baianos um custo adicional injustificável. Em resumo, é uma medida que aumenta o Custo Brasil, ou melhor, Custo Bahia, e reduz a competitividade das empresas baianas”, alerta Lourenço.
Fonte: CNN Brasil | Foto: Divulgação Acervo ACB
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