A inovação faz parte da navegação marítima desde seus primórdios. Artefatos hoje considerados simples, como a bússola e o astrolábio, causaram grandes revoluções na maneira como os humanos navegam e exploram o mar.
Ao longo dos séculos o transporte marítimo seguiu se reinventando, e hoje há diversas tecnologias que ajudam o setor a avançar cada vez mais.
Para entendermos mais sobre o atual cenário da inovação no transporte marítimo e nos portos brasileiros, entrevistamos Eduardo Valença, diretor de transformação digital da Wilson Sons.
Confira abaixo as visões do especialista sobre o assunto!
A relevância econômica do setor, atrelado aos conhecidos desafios regulatórios e operacionais na gestão, produtividade, segurança e na orquestração de diversos processos simultâneos, vem chamando a atenção de startups e empreendedores mundo afora.
É justamente neste contexto que acreditamos que o trabalho de startups e a adoção de novas tecnologias podem, sem dúvida, ser uma solução rápida e relativamente simples para otimizar o tráfego e a infraestrutura marítima e portuária do nosso país, sem substituir, claro, a constante necessidade de investimentos em obra civil e de avanços regulatórios.
Apesar do potencial econômico e dos desafios referidos operacionais e da forte demanda por soluções tecnológicas em nosso setor, no entanto, a quantidade de startups marítimas e portuárias ainda está aquém do seu real potencial, principalmente se comparado ao número de outras indústrias como fintechs (financeiro), healthtechs (saúde) ou edtechs (educação). Por isso, entendemos que o momento de nossa indústria é muito mais favorável e resiliente que o de outras.”
Dentro do contexto explicado na pergunta anterior, e com intuito de estimular e transformar a realidade do setor, a Wilson Sons passou a enxergar a tecnologia e as startups como uma aliada para o desenvolvimento da infraestrutura marítima e portuária, seja através da melhoria das operações, garantindo uma maior segurança, seja por meio da busca por mais eficiência e produtividade em nossa indústria.
Atualmente, somos investidores minoritários de 3 startups, uma nacional e duas estrangeiras, detentoras de tecnologias e soluções muito relevantes para a indústria.
Adicionalmente, desde 2019, somos parceiros do Cubo Itaú, o mais relevante centro de inovação e fomento ao empreendedorismo tecnológico da América Latina. Em 2022, com intuito de fortalecer a agenda de inovação no setor, unimos esforços com o Cubo Itaú, a Porto do Açu, a Hidrovias do Brasil e a Radix, para lançar o primeiro hub dedicado de soluções portuárias e de transporte aquaviário da América Latina: o Cubo Maritime & Port.
Acreditamos que vivemos um momento inédito do setor marítimo e portuário, em que a adoção de novas tecnologias permitirá tornar as operações nos portos e o transporte aquaviário de carga cada vez mais eficientes, seguros e sustentáveis. Precisamos aproveitar essa oportunidade e traduzir esse momento em ganhos de eficiência e uma atuação mais sustentável.”
Obras de dragagem, por exemplo, são fundamentais para as atividades do porto, mas também são exemplos de grande intervenção humana e de impacto ambiental no ecossistema local.
No caso da ferramenta de calado dinâmico desenvolvida pela Argonáutica, se for possível colocar mais carga a bordo de um navio por conta da utilização de variáveis meteoceanográficas hiperlocais como maré, nós consequentemente estaremos diminuindo a emissão de CO2 por tonelada transportada dos navios.
Com a conversão de caminhões convencionais em autônomos, desenvolvida pela AlDrivers, nós possibilitamos que os terminais tenham uma operação mais orquestrada e eficiente.
Adicionalmente, vale citar que a inovação e a tecnologia têm um papel relevante na sustentabilidade dos portos, inclusive nas manobras dos rebocadores. Os nossos novos investimentos em rebocadores mais sustentáveis vão nessa direção.”
Proliferação de shiptechs com soluções integradas. Será cada vez mais comum startups terem soluções que conversam entre si e que, potencialmente, trazem benefícios combinados ao cliente final.
Descarbonização. Não há dúvidas que existe uma pressão regulatória e também de nossos clientes e da sociedade como um todo para soluções mais verdes e sustentáveis, e, claro, muitas das startups mapeadas vem desenvolvendo soluções nesse ramo.
Compartilhamento de dados para melhorar a integração entre os stakeholders (como terminal, empresa de rebocadores, praticagem e autoridade portuária), com uma confiabilidade única de dados sobre aquele porto.
Operações autônomas e remotas.
A Wilson Sons tem certeza de que a Intermodal será uma excelente oportunidade de trocar informações, de debater a inovação e de mostrar como as empresas no Brasil estão trabalhando nessa relevante agenda. Há muito ainda a ser feito. Porém, estamos consolidando uma jornada de muitas realizações, adotando novas tecnologias para aumentar a eficiência e a produtividade do setor.”
Eduardo Valença será palestrante do debate “O papel da tecnologia no desenvolvimento da indústria marítima e portuária nacional” no Interlog Summit no dia 1º de Março. Confira todas as palestras e compre já o seu ingresso!
Fonte: Wilson Sons | Fotos / Divulgação / Créditos:
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