Uma ilha de 144 mil metros quadrados em Veneza pode parecer curiosa à primeira vista, mas pode ser a solução para proteger uma das regiões mais frágeis do mundo. A construção, que demorou quase quatro décadas para ser construída, abrange o Mar Adriático e a lagoa veneziana e é como um sistema de barreiras que pode salvar a cidade flutuante das inundações, agora ainda mais frequentes pelo aquecimento global e elevação do nível do mar.
As barreiras gigantes tem cerca de 20 a 30 metros de comprimento e 20 metros de largura, mas no dia a dia, ninguém as vê. Isso porque elas ficam no fundo do mar e só são erguidas quando há o risco de inundação.
A ilha ainda não tem nome, mas fica localizada entre a península de Cavallino-Treporti - que se estende no continente italiano em torno da lagoa veneziana - e a ilha Lido, um banco de areia gigante que bloqueia a maior parte do centro histórico de Veneza, a partir do Mar Adriático.
O sistema de barreiras leva o nome de MOSE (Modulo Sperimentale Elettromeccanico) e era para ter começado suas obras em 1984, mas sofreu atrasos por corrupção e desvio de dinheiro. Assim, o projeto só teve início em 2009, com a última "barbatana" instalada em junho de 2019.
Após o receio de que nunca ficaria pronto, em 2020 o projeto mostrou seu poder, quando Veneza foi atingida por uma maré excepcionalmente alta, de 135 centímetros. Em uma situação normal, esse evento climático teria levado cerca de metade da cidade a ficar debaixo d'água, mas graças às barreiras, nada aconteceu.
Essa foi a primeira vez que o MOSE foi usado em condições climáticas adversas. Na época, um veneziano disse à CNN que se tratava de um momento "histórico, como o primeiro passo de Armstrong na lua". Depois disso o sistema já foi utilizado outras 33 vezes: 13 em 2020 e 20 em 2021. Geralmente, é ativado no período de inundação, que acontece de outubro a março.
Fonte: umsoplaneta Press Reliase/Clipping | Foto: Divulgação / Créditos: barreira veneza — Foto: Getty Images
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