As diferentes empresas da A.P. Moller – Maersk, conglomerado de negócios de transporte e logística de origem dinamarquesa, estão atuando para diminuir as emissões. O grupo tem uma estratégia bem definida de transição energética com meta de ser net zero, em todas as operações, até 2040. De acordo com ECSA Sales Director da Maersk, Maurício Mei, a atuação ocorre em três principais frentes: transporte marítimo, terrestre e terminais.
Segundo o executivo, no segmento marítimo a empresa conta com o projeto Alternative Maritime Power (AMP), que prevê que cinco navios da classe Aliança Explorer sejam conectados a uma fonte de energia do terminal. “Com isso, não será mais necessário manter o motor ligado durante o tempo em que o navio estiver atracado, reduzindo as emissões”, explica.
Ainda na área de transporte marítimo, a empresa de cabotagem do grupo, a Aliança, também conta com o projeto Barcaças ATBs oceânicas. Com investimento de R$ 300 milhões, as embarcações estão sendo construídas pelo Estaleiro Rio Maguari, em Belém (PA). Essas são as duas primeiras barcaças desse tipo para transporte de contêineres do Brasil, com motores principais que poderão, no futuro, serem movidos a combustíveis verdes, como metanol e etanol.
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“Cada uma delas conta com empurrador e prevê o transporte de 700 TEU. Previstas para serem entregues em 2025, as barcaças serão utilizadas por uma questão de calado e terão capacidade de substituir o transporte rodoviário em alguns trechos”, diz Mei.
Mundialmente, como parte da iniciativa “All the way to zero”, a empresa já conta com dois navios de contêineres com motores biometanol: o Laura Maersk (capacidade de 2.100 TEU), lançado em setembro de 2023 e que atende clientes no Mar Báltico, e o Ane Maersk (capacidade de 16.592 TEU), que em fevereiro deste ano entrou em serviço na cadeia AE7, que liga a Ásia e a Europa. “Atualmente, já temos 25 navios porta-contêineres com motores biocombustíveis encomendados”.
No segmento de transporte rodoviário no Brasil, a empresa está conduzindo um projeto com uso de 100% caminhões elétricos no transporte de cargas entre São Paulo e São Bernardo do Campo e num trecho entre o porto de Itapoá e a cidade Araquari, em Santa Catarina. “Essas operações estão atendendo o setor automotivo”.
Operação portuária e armazenagem
O executivo que a APM Terminals tem como meta implantar equipamentos elétricos em todos os seus terminais no país. Espera-se que tenham uma redução de 70% nas emissões até 2030, em relação à linha de base de 2020, incluindo a nova unidade no Complexo Industrial Portuário de Suape (PE) – que será o primeiro da América Latina 100% eletrificado, com infraestrutura moderna e iniciativas pioneiras em sustentabilidade portuária, como um sistema completo de gestão ambiental e de resíduos e tratamento de águas residuais.
Com investimento de aproximadamente R$ 1,6 bilhão na primeira fase, o terminal pernambucano terá uma área de cerca de 50 hectares e capacidade inicial de movimentar, anualmente, 400 mil TEU.
Na parte de armazenagem, a empresa conta com Centro de Distribuição de Cajamar (SP), que tem 19,4 mil m² e é certificação LEED Platinum (liderança em design de energia e meio ambiente). A unidade tem painéis solares, sistemas de recuperação de água da chuva e gerenciamento de resíduos, isolamento térmico e equipamentos elétricos para manuseio de material, como empilhadeiras com bateria de lítio.
Adicionalmente, segundo Mei, o Centro de Pesquisas da Dinamarca tem feito estudos com biometanol e outras alternativas para chegar à emissão zero. “O mercado está exigindo energia limpa. Muitos clientes já estão super estruturados e muitos pagam mais caro se os valores forem semelhantes”, resume Mei.
Fonte: Press Reliase/Clipping | Foto: Divulgação / Créditos:
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