A transportadora Maersk e a empresa de energia limpa SunGas Renewables anunciaram nessa quinta (15/12) um acordo para a produção de metanol verde destinado ao uso marítimo. As duas companhias assinaram uma carta de intenções com o objetivo de expandir a geração do combustível renovável em instalações nos Estados Unidos.
Segundo a Maersk, a primeira planta pode começar a operar em 2026, com previsão de capacidade de produção de aproximadamente 390 mil toneladas por ano.
Utilizando o metanol renovável como combustível para transição energética, a empresa dinamarquesa quer atingir operações livres de emissões de carbono até 2040, para cumprir as metas do Acordo de Paris.
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Como subsidiária da GTI Energy, a SunGas irá se dedicar ao fornecimento de tecnologias e equipamentos para produção em grande escala de combustíveis renováveis a partir da conversão de resíduos das indústrias florestais e de produtos provenientes de madeira.
“Garantir combustíveis marítimos verdes em escala global nesta década exigirá uma rápida expansão da capacidade de produção de metanol verde usando uma variedade de caminhos de tecnologia e matéria-prima”, afirmou Emma Mazhari, chefe de Green Sourcing da Maersk.
O metanol verde possui baixas (65-80% de redução) ou muito baixas (80-95% de redução) emissões de gases de efeito estufa (GEE) com base no ciclo de vida, se comparadas aos combustíveis fósseis. Também pode reduzir as emissões de outros poluentes como óxidos de enxofre, óxidos de nitrogênio e material particulado.
O biometanol e o e-metanol são exemplos de metanol verde. O primeiro é produzido a partir de matérias-primas como a biomassa ou outros resíduos agrícolas. Já o segundo é obtido através de hidrogênio verde e de captura de dióxido de carbono (CO2).
A SunGas é a nona parceira da Maersk para impulsionar a geração mundial de metanol verde. A transportadora também tem acordos com as empresas Carbon Sink, Cimc Enric, Debo, European Energy, Green Technology Bank, Orsted, Proman e Wastefuel.
Transporte marítimo precisa de US$ 2,4 tri para net-zero
Levantamento do Boston Consulting Group (BCG) com 125 empresas que dependem de transporte marítimo mostrou que 71% pagariam mais caro por um frete neutro em carbono, enquanto 67% estão menos inclinados a trocar de fornecedor caso ele seja neutro em carbono.
Em média, os clientes afirmam que pagariam 2% a mais em um frete sustentável.
Apesar de ser um sinal positivo, ainda está longe do ideal.
O BCG calcula que a taxa teria de aumentar de 10% a 15% para financiar a transição do transporte marítimo rumo ao net-zero em 2050 — o setor precisa de US$ 2,4 trilhões em investimentos para zerar suas emissões e alcançar a principal meta do Acordo de Paris.
A Organização Marítima Internacional (IMO, da sigla em inglês) prevê que apenas metade das emissões do setor sejam cortadas até 2050
Fonte: epbr | Fotos / Divulgação / Créditos:
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