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A História do trabalho feminino nos portos brasileiros

Porto de Santos o ano exato é 1910 a história delas começa aqui

Enviado por: Luiz C Oliveira
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Qual o registro histórico das primeiras mulheres trabalhando em um porto no Brasil? Ao nos depararmos com essa questão, é impossível não mencionar o Porto de Santos o ano exato é 1910. A história começa aqui.

Ao questionarmos sobre o início da presença feminina no mercado de trabalho portuário brasileiro, não podemos deixar de mencionar o Porto de Santos como pioneiro. Embora não seja possível identificar com precisão o registro do primeiro trabalho de uma mulher em portos no Brasil, sabe-se que a presença feminina nesse ambiente remonta aos tempos coloniais. Na época, as mulheres muitas vezes ajudavam no desembarque e na organização das cargas, especialmente nos portos que recebiam os navios de comércio vindos da Europa.

Um dos primeiros registros de mulheres trabalhando no porto no Brasil, são das "catadeiras de café", elas foram contratadas pela *Companhia Docas de Santos para realizar trabalhos braçais. Essa é a história que eu vou contar para vocês.

Praia do Consulado, Porto de Santos – Benedito Calixto – Óleo sobre tela

Praia do Consulado, Porto de Santos – Benedito Calixto – Óleo sobre tela
 

Voltando um pouco no tempo as obras de construção do cais do Porto de Santos foram iniciadas em julho de 1888 e, em fevereiro de 1892, o navio Nasmith inaugurava o primeiro trecho com 260 metros de extensão, registrando o momento histórico em que o modesto atracadouro se tornava o primeiro porto organizado do Brasil.

O Ano é 1910

O Porto de Santos quando ainda a Companhia Docas foi palco de mais essa história, dessas mulheres que foram pioneiras na luta pela igualdade de gênero no mercado de trabalho brasileiro que contínua até os dias atuais.

Essas mulheres, apesar de enfrentarem grandes desafios e preconceitos de uma sociedade machista e patriarcal.

As “catadeiras de café” foram responsáveis por abrir caminho para que mais mulheres pudessem ingressar em profissões antes exclusivamente masculinas. Essa parte do texto pode parecer atual, mais como podemos verificar ela provem a décadas. Por meio de sua força, habilidade e determinação, as "catadeiras de café" lutaram por seus direitos e pela valorização do trabalho feminino no país. Essa luta pelo que podemos ver, contínua nos dias atuais.

 

Hoje, a história das mulheres no setor portuário, tem como registro uma trajetória de resistência e representatividade na luta pela igualdade de gênero no mercado de trabalho brasileiro.

O Porto de Santos é um exemplo emblemático dessa trajetória, onde a mão das mulheres faz parte de sua história como precursoras nessa importante batalha por direitos e oportunidades iguais.

As "catadeiras café" eram em sua maioria mulheres negras e pobres que vinham do interior do país em busca de trabalho na cidade.  Apesar das dificuldades, as catadeiras de café se destacaram pela força e resistência física, que consideravam características "masculinas" na época. Elas também foram responsáveis por inspirar outras mulheres a buscar trabalho fora do ambiente doméstico e lutar por seus direitos trabalhistas.

A catação manual de café uma atividade que, embora era essencial para a produção de um lote de qualidade, era muitas vezes invisibilizada e desvalorizada. A rotina árdua das catadeiras, que passa horas a fio selecionando grão por grão, era frequentemente ignorada pelo mercado e pela sociedade em geral.

No entanto, é graças ao trabalho dessas mulheres guerreiras que os produtores de café conseguiram difundir e entregar um produto de excelência, livre de defeitos e com sabor único. Eram elas que garantiram por muitas décadas que cada xícara de café que chega à mesa fossem uma experiência única e vivida.

É injusto na história, apesar da importância de seu trabalho, as "catadeiras de café" fossem marginalizadas e muitas vezes mantidas a condições precárias de trabalho, não podemos nos surpriender com o racismo estrutural que essas mulheres sofreram ao decorrer daquela época, o que ontem tinhamos como racismo, hoje entendemos com uma descontrução de gênero. É hora de reconhecermos a emblemática dessa atividade e de exaltarmos as pessoas que a representaram.

Não podemos mais permitir que as mulheres nos dias atuais sejam invisibilizadas e desrespeitadas. É preciso que o mercado e a sociedade em geral reconheçam o valor e o trabalho e mantenham condições justas e dignas para mulheres que continuam construindo a história, nossa cultura e economia.

por: Luiz C Oliveira - Autor desse artigo - 07.03.2023
 

Resumo

Hoje, as "catadeiras de café" são lembradas como símbolo da luta das mulheres pela igualdade de gênero e representam a importância da participação feminina no setor portuário brasileiro.

As “catadeiras de café” perderam um legado importante na história do trabalho feminino no Brasil. Elas foram pioneiras na luta pela igualdade de gênero e abriram caminho para que mais mulheres pudessem ter acesso a oportunidades no mercado de trabalho.

-

Meus sinceros agradecimentos ao Sr. Carlos Roberto Fernandes Lima | Diretor Social do Sindicato dos coletores de Café de Santos, que fez possível a construção dessa pauta tão rica de conhecimento.

Conheça mais sobre essa história em: 

Fonte 1:  Pianistas de Armazém: Trabalho Feminino na Catação de Café
Fonte 2: Museu do Café 

Fonte 3: Brasil de Fato

Fonte 4: O porto negro e seus trabalhadores “avulsos”.

Fonte 5: Wikipedia - O Porto de Santos

Fonte 6: História do Porto de Santos - Santos Port Authority

Fonte 7: Memórias do trabalho feminino em catações de café no Porto de Santos (SP).

Fotos: Divulgação / Créditos: Museu do Café | Santos Port Autority

*Resposta da enquete no grupo do WhatsApp, você encontrará no texto acima.

Leia outros artigos do autor:

Luiz Claudio de Oliveira é jornalista portuário e também idealizador do site Jornal Portuário.

Autor do Livro: Ship Planner Planejamento Operacional V1

"O tempo nos mostra o caminho a seguir.”

 

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Deixe seu comentário:

Ribas - RJ, em 06/03/2023 19:40:08:

Parabéns, por descrever tão bem essa passagem que poucos conhecem.


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